terça-feira, 22 de janeiro de 2019

O Nazareno a caminho para Jerusalém


Jesus de Nazaré, a Boa Notícia para o século 21 (30)
O Nazareno a caminho para Jerusalém
A Nova Bíblia Pastoral (SP, Paulus, 2014), seguindo os exegetas modernos, divide o Evangelho de Mateus em duas partes. A primeira (Mc 1,12-8,26) responde à pergunta: Quem é Jesus? A segunda parte (Mc 8,27-16,20) responde à pergunta: Como seguir Jesus? O que nós vamos fazer daqui em diante é, analisar os textos da segunda parte, de jeito que fizemos com os textos da primeira. Sempre compararemos os textos de Marcos com os textos paralelos encontrados nos outros dois sinóticos; e onde for possível nós também examinaremos textos do Evangelho de João para completar o que os sinóticos nos apresentam para indicar que Jesus de Nazaré é a Boa Notícia para o século 21.
Nós vamos subdividir a segunda parte em três para facilitar uma compreensão melhor: 1) Jesus a caminho para Jerusalém (8,27-10,52); 2) atividades de Jesus em Jerusalém (11,1-13,37); 3) o fim trágico do Nazareno (14,-16,20).
Antes de iniciar a análise detalhada dos textos dessas três subdivisões propomos fazer algumas observações que vão proporcionar ao leitor uma visão global do conteúdo de cada uma delas. Na primeira, isto é, no caminho que Jesus faz para chegar Jerusalém (8,26-10,52), há um triplo anúncio da paixão; o autor registra nitidamente a reação dos discípulos, que é marcada por crescente falta de entendimento do “caminho” que o rabino Jesus propõe seguir.
Na segunda (11,1-13,37), Jesus que entra na cidade aclamado pelo povo, é severamente contestado quanto a sua concepção e interpretação das leis e dos costumes tradicionais pelos representantes das autoridades constituídas. A tensão em face da crescente hostilidade dessas contra o rabino de Nazaré é bem palpável.
A terceira parte (14,1-16,20) apresenta os detalhes da execução da decisão para matar Jesus, tomada pelas elites tradicionais que encontramos já no início do Evangelho (cf. Mc 3,6). Houve colaboração traidora de dentro do grupo de Jesus; houve manipulação dos processos de justiça, abuso de poder e diversas outras práticas nefastas, em voga até em nossos dias, para conseguir eliminar “na forma da lei” aquele rabino que vinha de periferia (Galileia) e incomodava os esquemas da “casa grande”. Essa que, com a cumplicidade do império romano assegurava a posição privilegiada, elaborou uma plano para destruir Jesus, um plano muito parecido com o que está sendo executado no Brasil para destruir a democracia brasileira através dos ritos propriamente democráticos!
No entanto, o último capítulo (Mc 16) nos diz que apesar do sucesso dos poderosos em eliminar fisicamente Jesus de Nazaré, o que ele representava para humanidade continua vivo e bem ainda hoje!
Com essas breves observações de introdução nós vamos começar analisar os textos desta segunda parte do Evangelho de Marcos.



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