sábado, 5 de outubro de 2019

PONTE ALTA 2

PONTE ALTA A MAIS ANTIGA IMIGRAÇÃO CEARENSE EM MATO GROSSO,HOJE É PARTE DO MUNICÍPIO DE CAMPO VERDE MT,CIDADE DE SULISTAS QUE ASSIMILOU OUTROS GRUPOS CULTURAIS,PONTE ALTA É CHAMADA DE PEQUENA CANINDÉ DE MATO GROSSO

Festa de Ponte Alta: A fé que mantém a tradição




montagemComeça hoje (2) na comunidade de Ponte Alta, a 103º edição da festa em Louvor a São Francisco de Assis. Realizada pela primeira vez em 1900, o evento religioso é organizado pela Irmandade de são Francisco de Assis que, para louvar o santo protetor dos animais, realiza missa, baile e, marca registrada da festa, oferece almoço, janta e café da manhã aos participantes.
E para alimentar os milhares de pessoas que participam das homenagens a São Francisco, é preciso muita comida. Só de linguiça feita à base de carne suína e bovina, são 3 mil metros. Para deixar tudo pronto, os trabalhos de preparação do local começam pelo menos 15 dias antes do início dos festejos.
A história desta que é uma das mais antigas e tradicionais festas religiosas de Mato Grosso tem duas versões, mas ambas envolvem os mesmos personagem. Uma delas conta que um dos nordestinos que vieram para a região da Ponte Alta no final do século 19, vindos de Canindé (CE) fugindo da seca, fez uma promessa que, se no lugar da nova morada tivesse água, ele traria da sua terra uma imagem do seu santo de devoção.
Em 1900, dois anos depois da chegada à região da Ponte Alta, feliz por estar morando em um lugar onde havia água em abundância e muita fartura de alimentos, o nordestino, cujo nome se perdeu na poeira do tempo, foi até o Ceará e ao retornar para Mato Grosso, trouxe com ele uma imagem de São Francisco de Assis.
Para comemorar, um fazendeiro de nome Francisco Vicente, disse que se o boi Surubim, bravo que só, fosse apanhado, os nordestinos poderiam mata-lo e um quarto do animal poderia ser servido em uma festa. O tal boi foi capturado. Começava assim a festa da Ponte Alta.
Na outra versão, o boi se chamava “Saudoso” e teria se alongado no cerrado. O dono ofereceu metade do animal a quem o capturasse e a carne deveria ser usada em uma festa em louvor a São Francisco.
Versões à parte, a Festa de São Francisco de Assis na Ponte Alta se mantém graças à crença dos devotos do santo padroeiro dos animais. E é essa fé e essa religiosidade que mantêm a tradição de mais de cem anos.
Nos preparativos para a realização dos festejos, a fé se transforma em trabalho, em dedicação. Por dias a fio, os devotos de São Francisco dedicam-se ao trabalho de limpar o local da festa, enfeitar os salões onde acontecem os bailes e onde são servidas as refeições, e no preparo das comidas: linguiças, carne suína e bovina. E todos fazem por livre e espontânea vontade, demonstrando que quem acredita também se doa para louvar seu santo protetor. (Valmir Faria – Supervisor de Comunicação/ASCOMCV)
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